travesseiro
pra que não sofre de insônia, o assunto é fricote.
em 2 minutos eu tô dormindo e juro: sonhando.
e cada vez que eu deito na cama eu penso: por que eu não vim antes?
se eu tivesse insônia eu usaria o tempo para pôr algum caos em ordem.
uma roupa, uma louça ou um mail começado.
eu espiava o sol nascer e quem caminha pelo escuro nas ruas quase desertas.
compraria um telescópio.
mas, não. eu durmo.
a hora que eu quiser. onde eu quiser.
com música, com TV, com luz,...
eu pago.
eu desligo.
eu só não durmo bem quando não tem ninguém para me acordar na hora em que preciso ir trabalhar.
tenho pânico de perder a hora. apesar de me perder com facilidade no tempo.
na cabeceira da cama tenho um despertador com luzinha, acho uma alegria danada acordar no meio da noite e ver que ainda restam mais horas para desligar.
até no banheiro fazer xixi eu vou dormindo e já fiquei lá dormindo sentada no vaso.
tenho sonhos compatíveis com as posições que adoto para dormir, muitas vezes ao dormir com as mãos atrás da cabeça sonhei que estava pendurada em uma árvore, obviamente pelos braços. e assim vai e vai.
sonho com pessoas mortas que me abraçam e me contam da liberdade que é morrer.
todos os professores de matemática que eu tive eu já matei a facadas em sonhos (ou pesadelos?).
já lanhei tanta gente chata que cheguei a acordar cansada. com dor nos braços.
quando durmo com fome sonho com banquetes e acordo feliz sem ingerir nenhuma caloria.
tenho até sonhos que seguem de uma noite para outra. tipo novelinha.
eu não fumo, não bebo, faço atividade física, me alimento mais ou menos e é por isto que eu durmo bem, mas no sentido inverso.
dormir é minha única fuga.
é ali que tenho asas e não estas raízes tristemente germânicas. (eu já sonhei que eu voava e que nadava pelos canais de veneza)
é ali que eu respiro, é nesta hora que eu me afogo e volto à tona.
um cochilo é o amor no seu formato mínimo.
é quando eu me pego pela mão me dou colo para no outro dia engolir o tédio e ir à luta.
eu fico sem comer e sem beber e até com dor. mas passar sono me mata um pouco. me correm lágrimas dos olhos e me dói a cabeça. o corpo petrifica.
mas, quando eu durmo eu renasço.
com diz a música, nesta hora eu sou só minha e não de quem quiser. sou minha irmã e minha menina, sou deus. uma deusa.
eu não entendo quem não dorme. e também não compreendo o que só o sono faz comigo. não está ao meu alcance, mas me traga.
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
sagrado
pra mim, o espaço sagrado da internet é pré-histórico: E-MAIL.
ninguém comenta.
ninguém adultera.
ninguém se limita ao número de toques.
ninguém espia.
a gente escreve quando quer.
o outro abre quando tem vontade.
mas, quando eu falo em mandar um e-mail, os olhos ao redor se arregalam.
todo mundo quer face. twitter. um milhão de seguidores. ser olhado. amado. requisitado. comentado.
(aliás, tanta gente no twitter me intriga: eu acho uma baita vantagem poder pensar em segredo, em voz baixa, rir sozinha e por dentro,... ser eu mesma apenas comigo mesma...)
eu quero ser esquecida por muitos.
quero mais asas do que rastros.
mais abstração e menos exposição.
eu uso e-mail de forma sagrada.
abro no mínimo uma vez ao dia.
respondo.
confesso vergonhas.
conto segredos.
marco compromissos.
me arrisco até na poética para os íntimos.
releio.
mando e-mail até para mim mesma. sim, eu falo comigo mesma em voz alta, baixa e também escrita. no banheiro até cantada.
e não, não repasso bobagens. não, de verdade.
não que eu não queira que meus contatos ganhem aquela cesta da cacau show, mas eu já passei desta fase tão doce. e mesmo assim eu gostaria de ser minimamente respeitada.
como diz a música, MAIL para mim não é uma transa típica, é o amor no seu formato mínimo.
não, eu sou uma menina procurando um príncipe. mas, também não quero todo o lixo do mundo, como os caras que estão atrás da próxima. se eu estou atrás de algo (em todos os sentidos) é das palavras. pra mim, sagradas.
ninguém comenta.
ninguém adultera.
ninguém se limita ao número de toques.
ninguém espia.
a gente escreve quando quer.
o outro abre quando tem vontade.
mas, quando eu falo em mandar um e-mail, os olhos ao redor se arregalam.
todo mundo quer face. twitter. um milhão de seguidores. ser olhado. amado. requisitado. comentado.
(aliás, tanta gente no twitter me intriga: eu acho uma baita vantagem poder pensar em segredo, em voz baixa, rir sozinha e por dentro,... ser eu mesma apenas comigo mesma...)
eu quero ser esquecida por muitos.
quero mais asas do que rastros.
mais abstração e menos exposição.
eu uso e-mail de forma sagrada.
abro no mínimo uma vez ao dia.
respondo.
confesso vergonhas.
conto segredos.
marco compromissos.
me arrisco até na poética para os íntimos.
releio.
mando e-mail até para mim mesma. sim, eu falo comigo mesma em voz alta, baixa e também escrita. no banheiro até cantada.
e não, não repasso bobagens. não, de verdade.
não que eu não queira que meus contatos ganhem aquela cesta da cacau show, mas eu já passei desta fase tão doce. e mesmo assim eu gostaria de ser minimamente respeitada.
como diz a música, MAIL para mim não é uma transa típica, é o amor no seu formato mínimo.
não, eu sou uma menina procurando um príncipe. mas, também não quero todo o lixo do mundo, como os caras que estão atrás da próxima. se eu estou atrás de algo (em todos os sentidos) é das palavras. pra mim, sagradas.
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