sábado, 14 de janeiro de 2012

ternurinha de hoje

hoje, assistindo série, eis a ternurinha:
quando o paciente foi questionado sobre a ineficácia do antidepressivo, disse que sim, que não funcionava nele. pois ele estava plantando todos os comprimidos na floreira. ainda complementou dizendo que as flores estavam felizes.

rotina

minha esperança de cada dia é voltar para casa, tomar banho, ligar o ar e chegar ao teclado ou simplesmente apagar a luz.
continuo fazendo exercício físico todos os dias, simplesmente porque a minha bunda flácida é a minha esperança mais concreta.
ligo para a minha mãe todos os dias.
ele tenta me compreender e fica furioso quando esqueço de fechar a janela para trocar de roupa ou vou só de camiseta levar o lixo. acredita que tem gente nos olhando. e eu, tenho olhado para onde?
não, eu não acho que a tristeza é uma maneira da gente se salvar depois.
eu tento ser alegre. sei até fazer graça. mas, nunca me sai de graça esta corrupção toda. me saber palhaça e não ser a dona do circo não tem graça nenhuma.
sou só quem eu posso e sei quanto eu pago por isto. os trocados pelos quais eu me vendo nunca pagaram o preço. vai ver que é por isto que eu guardo dinheiro.

ins piração

não existe nada de vivo entre os meus dedos e estas teclas
todo dia eu pego meu desencanto e o meu cansaço no colo
depois eu meço, mato e guardo
e sigo na canseira calma de sobreviver.
normalmente penso silenciosamente e num tom ensurdecedor de tanto sarcasmo.
quando eu escrevo eu sou ainda pior, mas daí eu me sinto melhor.
um dia na vida passa de carona na esquina e vale qualquer tentativa.

(releitura minha de um trecho de cazuza)