terça-feira, 29 de julho de 2008

mas, sempre tem um amanhã

depois de amanhã eu vou passar a tarde com a minha mãe.
daí, eu olho pra ela e digo: vamos convesar deitadas na cama?
ela me olha e diz: vamos ligar o lençol elétrico?

extrato das férias de inverno

quase uma centena de páginas corrigidas.
um mês de aula planejada.
20 páginas da minha monografia paridas.
franca expansão da minha bunda de secretária.
(até a celulite da minha bunda dói das intermináveis horas sentada)

(a piscina da hidroginástica, em reforma novamente... e quem me faz companhia é o aquecedor e o barulho da chuva que a minha concentração não me permite escutar.)

cada vez que a minha vida rende, eu me rendo à morte: esqueço de abrir a janela, como qualquer coisa, abandono meus autores preferidos, não telefono pra minha mãe, não tiro o pijama... como disse a sábia clarice lispector: a vida é uma loucura que a morte faz.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

cenas do próximo capítulo

eu tentando me concentrar na monografia da pós.
se interessar possa: a exclusão do discurso do louco, embasado em foucault.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Minhas desequilibradas palavras são o luxo do meu silêncio - Clarice Lispector

o terreno do sobrado onde eu moro era o pátio de crianças de 3 prédios inteiros.

é muito difícil eu tomar um banho de menos de 15 minutos.

é muito difícil eu não ir trabalhar de carro.

é raro um dia que eu não como carne. (e eu gosto tanto de animais!)

nem sempre eu separo o azeite que sobra para a reciclagem. (é, eu não gosto de engordurar as mãos)

sim, eu sempre uso guardanapo de papel.

quando tem festas eu compro copo plástico para não ter que lavar.

quanto mais poderoso for o detergente, mais eu compro.

se eu uso a sacola de pano eu não deixo de comprar saco plástico pro lixo.

nunca usei uma barra de giz até o fim porque dói a ponta dos meus dedos.

quando é frio eu ligo o aquecedor.

quando faz mais de 35 graus (todo o verão) eu tenho bons sonhos com o ar condicionado ligado.

eu gosto de pintar e desenhar com lápis bem apontados. (mesmo que assim eles se acabem antes)

faz poucos dias que troquei a máquina de lavar roupa. (a outra, de uma forma ou de outra vai virar sucata)

eu me esforço para usar folha de rascunho (usada), mas nem sempre eu consigo.

o meu xampu é cheio de poluentes. e eu lavo todos os dias o cabelo.

tem coisas que eu imprimo só porque meu olho cansa de ler na tela do micro.

eu compro pouca roupa, mas compro muitos livros (e nem sempre eu leio os livros que eu compro)... e lavo muito as poucas roupas que tenho porque a minha rinite é cruel.

às vezes eu esqueço a luz acessa.

eu gasto mais água para lavar louça do que a minha mãe, mas a minha mãe não mora mais comigo.

claro que eu me envergonho de tudo isto, mas não tanto assim... senão eu não faria.
claro que eu também gostaria de me indignar - com o corte das árvores -, mas eu não posso.

como disse aquela escritora (não é só a minha conduta que é falha, a minha memória também) "as pessoas sensíveis não são capazes da matar galinhas. as pessoas sensíveis só são capazes de comer galinhas."

terça-feira, 22 de julho de 2008

não deixaremos rastros porque somos só poeira de estrelas (Polvo de Estrellas)

estes dias ele perguntou pra quê serve um blogue...
acho que eu uso o meu pra conversar comigo mesma, pra habitar algnus e ser habitada por outros...

" e está tudo bem se duvidamos do coração, perdemos a medida e penduramos a armadura..." (Fusión).

sexta-feira, 18 de julho de 2008

o mail e a respectiva resposta

é tanta bobagem que a gente recebe.
é de forma tão babaca que as pessoas escrevem.
que só tentando brincar pra suportar!

Aulão com o Tema: "LABORATÓRIO DOS MOVIMENTOS TÉCNICOS"

Dia 27/07/08 - AULÃO DE DANÇA DO VENTRE
*** O ventre só dança no sexo, o resto é estória...
*** ("aulinha" é pra matar, mas "aulão" não é diferente...)

Horário 13h30min-16h30min

Técnica do shimi e passos típicos;

Laboratório dos oitos infinitos;
***fiquei curiosa com o laboritórios dos oito infinitos.
***mas, de verdade mesmo, tudo que a gente anda precisando é um pouco mais de limite, não?

Postura física e técnica (Performance);

Respiração e Expressão facial;
***expressão facial eu perdi pra sempre. me acostumei com tantos absurdos que a cara de tonta nunca mais desgrudará de mim.

Concentração e persistência;
***aulão de dança do ventre que ajuda na concentração e na persistência.
***tudo bem que na colônia a gente até planta rabanete de quilo, mas... apesar de não se ter mais limite pra nada, se quer um mímino de dignidade.

Entrega total do corpo e da mente.
***entrega TOTAL do corpo e da mente quando a gente é jovem é sexo, depois é velhice.
*** em raros casos é hipnose.

No final da aula, apresentação da professora.
*** ainda bem que não é do ventre da professora!

Reserve sua vaga!Investimento: R$ 35,00.


Dança do Ventre mensal:
*** então, o ventre dança apenas mensalmente?

Segundas-feiras 18:30 – 19:30
Terças-feiras 19:00 – 20:00
Quintas-feiras 19:00 – 20:00
Mensalidade R$65,00

Outros serviços:

-personal-trainer;
***eu prefiro contratar um terapeuta porque a minha bunda é um caso perdido.

-jump;
***a minha celulite dói quando balança.

-aeróbica;
*** eu não tenho coordenação motora.

-local;
***eu tenho tanto local que eu gostaria de melhorar que é um caso de globalização.

-alongamento.
*** só se for de salário!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

pontualidade atrasada

finalmente eu comprei um casaco caro que esquenta até as canelas.
uma calça destas que comprime até a gordura do tornozelo.
e ainda vou comprar uma bota destas de cano muito alto e um solado que mais parece uma acha de lenha.
e o inverno se foi... (e graças a zeus não há cartão de crédito que compre a previsão do tempo, ao menos uma coisa que não se compra...)

apesar de ser pontual, eu sempre habito o tempo antes ou depois do que eu deveria...

lá do blog da Ticcia, algumas definições

Imaturidade, s.f., é uma venda para os olhos com a qual nascemos. Quanto mais se vive e mais se sofre, mais cedo consegue-se retirá-la. Contudo, há quem, em vez disso, siga usando-a e chamando-a de «certeza».

Força, s.f., é o que nos resta quando tudo mais já se perdeu.

Sonho, s.m., é a vida que o melhor em nós escolhe, a despeito de todo o resto.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

polareripolarerá

, o que mais dói na lúcia luft é que as pessoas se enganam e chamam ela de Lya (Luft)!

a festa

às vezes as coisas não ficam mais claras nem depois da escuridão de uma noite de pouco sono.o que mais doeu durante a festa era que a alegria de todos eles era verdadeira.o que mais doeu foi confirmar que a saída é sempre uma porta quase ilusória que tão poucos ousam, e que talvez por isto as pessoas acreditam na alegria que qualquer um (até aquela que grita, mas acha que canta) consegue inventar. o mais angustiante é que sem precisar ser personagem, eles eram as pessoas da minha tragédia quase diária. talvez nenhum deles tenha se dado conta que o filme, é uma forma de quase traduzir o que ninguém ousa chamar pelo nome. este nome escrito com todas as letras nas linhas de cada ruga daqueles rostos vincados não só pelo tempo. mas por tudo que este pode carregar consigo. por tudo que o ele pode fazer (ou desfazer) das pessoas.e eu?eu estava ali, não sendo cúmplice da dor alheia, mas sabendo que eu estava em todos eles. sempre. desde os meus avós. passando por meus pais. e chegando aos filhos que eu nem penso em ter.ela que sempre consegue circular tão bem entre tudo e entre todos - que alcança as pessoas de uma forma profunda, sem muitas vezes se dar conta - , olhou para um senhor de mais de 80 anos e perguntou seu nome. ele contou contente que se chamava ito. repetiu várias vezes o sobrenome de poucas letras que eu esqueci) e emendou por conta a conversa, dizendo que fazia parte de 4 grupos de idosos e que há 5 anos namorava a companheira lenhardt. (sim, aqui muitas vezes as pessoas se matam para arrumar ou manter um sobrenome.)fiquei com pena de mim, que não tendo nem a metade da idade dele não relato minhas não-façanhas com a metade do seu entusiasmo.fiquei com pena de tanta gente que toma fluxetina pra acreditar nisto tudo que todo mundo saber de cor e faz de conta que não conhece.não, não acho que eu tenha ficado velha antes, apenas compreendi que a morte nos habita de tantas formas que acreditamos ser sua fuga.a florzinha (existe coisa mais irritante que "inha"?) mais perfeita para qualquer sepultura sempre é a falta de perspectiva, quando a gente sabe tão bem o calejamento dos próprios pés que que recolhe as asas, pra sempre.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

do planeta verde, por uma gorda

gordo sempre tenta.
agora eu feliz da vida que aprendi a comer couve crua.
picar em tirinhas. azeite de oliva. temperar com "meu segredo". delícia.
um pé por dia. meu estômago parece a floresta amazônica, mas a minha bunda continua a mesma.
tudo seria mais fácil se eu soubesse comprar e não apenas comer.
quando eu vou ao mercado eu não sei diferenciar a couve da rúcula e do espinafre - e eles ficam todos juntos - (sim, a alface é mais clara e o brócolis tem aquela cara inconfundível de esponja).
daí, eu eu peço ajuda e sou observada como um alien ou arranco um pedaço de cada folha e mando ver com agrotóxico e vermenzinhos.
quando eu digo que sei as coisas pelo gosto, não é metáfora.

mas, o mundo dos gordos é patético, mesmo!
comprar fruta é uma loteria.
podre, verde, bichada,...
quando eu escolho fruta eu sempre penso na facilidade que é comprar um pacote de bono!

às vezes a minha mãe me pergunta como é que eu cozinho.
quem cozinha (divinamente) é o cris, e de vez em quando eu faço culinária surpresa porque eu nunca sei onde uma experiência culinária pode me levar.

com tanta coisa que se encontra no mercado negro e até no virtual, bem que podiam vender lombrigas em potinhos pros gordos tentarem mais uma maluquice.

qual é o teu monstro preferido?

O monstro mais simpático que eu conheço é o pensamento, porque ele me mastiga ao ponto de me triturar (é... desgraça pouca é bobagem!), me triturando a dor é tanta que não há como dizer onde dói mais, não existe a possibilidade de curativo ou analgésico. Sem falar que o sangue que ele provoca é a linha que me faz costurar e entender a graça e a desgraça disto que denominamos vida.

terça-feira, 8 de julho de 2008

só isto

não, eu não gostaria de perder os meus leitores...
não, eu não gosto de não atualizar...
mas, o meu dia só tem 24 horas...

o note estragou e vai praticamente morar uns tempos no conserto.
(o note era o MEU computador)

a biografia do paulo coelho (que jogue a primeira pedra quem nunca leu e que se enterre quem não fica curioso pra saber a trajetória de um homem que ficou milionário com literatura) tem 630 páginas.

a novela pantanal está tão perfeita que nem intervalo tem.

comecei um diário escrito à mão, o vagar da caneta me parece uma arma mais ética que a pressa das teclas do micro.

ainda não cansei de ficar olhando a minha máquina de lavar roupas - nova - (batizada de escrava isaura) funcionando.

as leituras da monografia precisam ser fichadas, já que a memória sempre é distorção de tudo e de todos para fazer a vida mais suportável.

as aulas da hidroginástica recomeçaram, depois da piscina passar um mês estragada. preciso comprar um roupão para não congelar a celulite e me conformar com as músicas de rodeio nas quais a profe tanto insiste.

retomando ontem

sempre escrevo com mais clareza depois da escuridão de uma noite de sono.
ontem (segunda-feira!) um psiquiatra afirmou que "o homem é o animal que não deu certo".

bem bom pra começar a semana, não?