ele e eu
ele carrega mandolates no bolso
tenho os bolsos vazios para ter onde colocar as mãos.
ele come doces
eu conto as calorias.
ele tem fome das coisas que já sonhei
a minha fome faz morada no estômago.
ele tem uma caneta igual a minha
ele vive
eu escrevo.
ele anda de carona com o pai
eu começo a pegar carona comigo mesma.
ele mora numa cidade que pelo nome deveria brilhar
eu moro numa província que me apaga.
ele faz teatro
eu acho graça das cenas da vida.
ela pensou que eu fosse jornalista
eu nunca sei dos fatos, sempre me perco nos detalhes.
ele escreveu que me encontra numa parada de ônibus.
ele parte
eu me reparto.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
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Um comentário:
pronto: só por isso o sótão ja valeu essas linhas. tão cool. beijo!
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