às vezes, nada pode ser pior que a tão falada "experiência".
a gente não se engana com o cheiro.
a gente não se engana com o tom.
a gente não se engana com o "faz de conta".
a gente não precisa ir de novo até o fim.
saber, às vezes, é a dor de atalhar antes que o que sobrou talhe.
sábado, 31 de maio de 2008
quarta-feira, 28 de maio de 2008
das cenas cotidianas
hoje de manhã, eu vi um homem puxando um carrinho de papel (para reciclar) parado no sinal de trânsito. parado feito um carro, uma moto ou um ônibus.
me lembrei de quando eu era pequena e descobri a calculadora.
nunca mais eu me submeti a perder as minhas tardes com temas numéricos, uma vez que a maquininha poderia fazer aquilo por mim em segundos.
eu roubava a calculadora do meu pai sem culpa alguma. sempre.
hoje eu pensei no que pensa (quanta pretensão) um homem que tem que fazer a força que qualquer motor ou bicho poderia exercer, simplesmente para poder sobreviver.
e no rádio do carro, renato russo cantava: "...queria ser como os outros e ri das desgraças da vida. ou fingir estar sempre bem." (eu também)
me lembrei de quando eu era pequena e descobri a calculadora.
nunca mais eu me submeti a perder as minhas tardes com temas numéricos, uma vez que a maquininha poderia fazer aquilo por mim em segundos.
eu roubava a calculadora do meu pai sem culpa alguma. sempre.
hoje eu pensei no que pensa (quanta pretensão) um homem que tem que fazer a força que qualquer motor ou bicho poderia exercer, simplesmente para poder sobreviver.
e no rádio do carro, renato russo cantava: "...queria ser como os outros e ri das desgraças da vida. ou fingir estar sempre bem." (eu também)
terça-feira, 27 de maio de 2008
Perguntinha
Por que será que quando a mulher finalmente está madura os seus óvulos ficam podres?
Por que será que a natureza da mulher é tão insana?
Será que ela prevê que quando a mulher pensa ela desiste?
Por que será que a natureza da mulher é tão insana?
Será que ela prevê que quando a mulher pensa ela desiste?
sábado, 24 de maio de 2008
minha mãe
minha mãe acha que dá trabalho quando levamos ela ao médico em porto alegre.
não, mãe...
não mesmo, trabalho foi ver você sendo quase mal tratada pelos médicos daqui.
trabalho foi ver você tomar medicação errada e deixar de ser você.
trabalho foi não saber o que você tinha.
te levar para qualquer lugar ou pessoa que possa te ajudar sempre é um abraço.
minha mãe acha que dá trabalho fazermos algumas coisas por ela.
trabalho é pensar que ela pode estar colocando a saúde em risco.
tudo que a minha pensa que é trabalho (logo ela que sempre trabalhou tantos pelos filhos) nada mais é que um prazer, quase um descanso.
minha mãe não é caduca e nem vai ficar.
eu não gostaria que ela ficasse, porque nas memórias dela constam as coisas mais importantes da minha vida.
e se um dia ela ficar, ela vai continuar sendo a mesma pra mim.
a que sempre ajudou e apoiou. (mesmo tantas vezes não compreendendo ou não concordando)
a que faz as comidas que eu tanto gosto.
a que reza por mim.
a que me penteia cada vez que saio de sua casa, mesmo sabendo que a minha vaidade já era.
que todos gostam e se lembram.
a que todos mandam lembranças.
a que está sempre bonita e na luta.
a que está sempre pronta pra mim.
e mesmo se um dia ela ficar sem memória e eu também, não vai fazer mal algum.
porque a gente não precisa de memória pra voltar pra casa, e sim: ... eu moro nela.
não, mãe...
não mesmo, trabalho foi ver você sendo quase mal tratada pelos médicos daqui.
trabalho foi ver você tomar medicação errada e deixar de ser você.
trabalho foi não saber o que você tinha.
te levar para qualquer lugar ou pessoa que possa te ajudar sempre é um abraço.
minha mãe acha que dá trabalho fazermos algumas coisas por ela.
trabalho é pensar que ela pode estar colocando a saúde em risco.
tudo que a minha pensa que é trabalho (logo ela que sempre trabalhou tantos pelos filhos) nada mais é que um prazer, quase um descanso.
minha mãe não é caduca e nem vai ficar.
eu não gostaria que ela ficasse, porque nas memórias dela constam as coisas mais importantes da minha vida.
e se um dia ela ficar, ela vai continuar sendo a mesma pra mim.
a que sempre ajudou e apoiou. (mesmo tantas vezes não compreendendo ou não concordando)
a que faz as comidas que eu tanto gosto.
a que reza por mim.
a que me penteia cada vez que saio de sua casa, mesmo sabendo que a minha vaidade já era.
que todos gostam e se lembram.
a que todos mandam lembranças.
a que está sempre bonita e na luta.
a que está sempre pronta pra mim.
e mesmo se um dia ela ficar sem memória e eu também, não vai fazer mal algum.
porque a gente não precisa de memória pra voltar pra casa, e sim: ... eu moro nela.
um pouco de música
as metáforas e o uso estranhamente lindo de algumas palavras me en-cantam.
sim, eu também reparo óculos e vírgulas!
(claro, os grifos são meus)
Formato Mínimo
Skank
Composição: Samuel Rosa - Rodrigo F. Leão
Começou de súbito
A festa estava mesmo ótima
Ela procurava um príncipe
Ele procurava a próxima
Ele reparou nos óculos
Ela reparou nas vírgulas
Ele ofereceu-lhe um ácido
E ela achou aquilo o máximo
Os lábios se tocaram ásperos
Em beijos de tirar o fôlego
Tímidos, transaram trôpegos
E ávidos, gozaram rápido
Ele procurava álibis
Ela flutuava lépida
Ele sucumbia ao pânico
E ela descansava lívida
O medo redigiu-se ínfimo
E ele percebeu a dádiva
Declarou-se dela, o súdito
Desenhou-se a história trágica
Ele, enfim, dormiu apático
Na noite segredosa e cálida
Ela despertou-se tímida
Feita do desejo, a vítima
Fugiu dali tão rápido
Caminhando passos tétricos
Amor em sua mente épico
Transformado em jogo cínico
Para ele, uma transa típica
O amor em seu formato mínimo
O corpo se expressando clínico
Da triste solidão, a rúbrica.
sim, eu também reparo óculos e vírgulas!
(claro, os grifos são meus)
Formato Mínimo
Skank
Composição: Samuel Rosa - Rodrigo F. Leão
Começou de súbito
A festa estava mesmo ótima
Ela procurava um príncipe
Ele procurava a próxima
Ele reparou nos óculos
Ela reparou nas vírgulas
Ele ofereceu-lhe um ácido
E ela achou aquilo o máximo
Os lábios se tocaram ásperos
Em beijos de tirar o fôlego
Tímidos, transaram trôpegos
E ávidos, gozaram rápido
Ele procurava álibis
Ela flutuava lépida
Ele sucumbia ao pânico
E ela descansava lívida
O medo redigiu-se ínfimo
E ele percebeu a dádiva
Declarou-se dela, o súdito
Desenhou-se a história trágica
Ele, enfim, dormiu apático
Na noite segredosa e cálida
Ela despertou-se tímida
Feita do desejo, a vítima
Fugiu dali tão rápido
Caminhando passos tétricos
Amor em sua mente épico
Transformado em jogo cínico
Para ele, uma transa típica
O amor em seu formato mínimo
O corpo se expressando clínico
Da triste solidão, a rúbrica.
quinta-feira, 15 de maio de 2008
vício
tem gente que escreve só bebendo vinho.
tem gente que escreve só quando está em férias.
e quase todos, só quando sobra um tempo.
eu, só chego em casa quando escrevo.
várias vezes deixo o meu exercício físico de lado para piorar a dor nas costas com a má postura ao computador.
deixo a louça transbordar a pia para lavar o dia no verbo.
deixo a roupa pendurada três dias, para nenhuma palavra amarrotar.
só não abandono os meus empregos para escrever porque as crianças sabem tudo que a gente esquece e porque sem grana a gente esquece de si mesmo.
tem gente que não sabe como começar e eu não sei parar.
tem gente que não tem inspiração e eu asfixio sem a possibilidade de uma entrelinha.
tomara que eu não me contente em escrever a vida que eu deveria viver.
tem gente que escreve só quando está em férias.
e quase todos, só quando sobra um tempo.
eu, só chego em casa quando escrevo.
várias vezes deixo o meu exercício físico de lado para piorar a dor nas costas com a má postura ao computador.
deixo a louça transbordar a pia para lavar o dia no verbo.
deixo a roupa pendurada três dias, para nenhuma palavra amarrotar.
só não abandono os meus empregos para escrever porque as crianças sabem tudo que a gente esquece e porque sem grana a gente esquece de si mesmo.
tem gente que não sabe como começar e eu não sei parar.
tem gente que não tem inspiração e eu asfixio sem a possibilidade de uma entrelinha.
tomara que eu não me contente em escrever a vida que eu deveria viver.
é da Ticcia, mas me reflete ao ponto de me causar medo
As coisas me magoam fácil. Não faz diferença se é considerado cotidiano ou esperado, certas coisas simplesmente me magoam e não consigo compreender como aquilo pode ser entendido como algo comum. É uma espécie de hipersensibilidade, como ter dentes que doem quando se come coisas muito quentes ou muito frias. Não é o frio ou o calor dos alimentos que está errado, os dentes é que são por demais sensíveis. Modos que não consigo conviver com diversas pessoas se não houver uma distância segura. E, com algumas, nem mesmo toda a distância do mundo pode assegurar alguma coisa, pelo que evito o convívio ao máximo.
Sabe, às vezes a distância é uma forma de amor.
Sabe, às vezes a distância é uma forma de amor.
quarta-feira, 14 de maio de 2008
tentando explicar
o que eu ando escrevendo não cabe aqui, apesar de me fazer caber em mundos que eu vou descobrindo e inventando aos poucos.
é, só mede a altura da água com os dois pés ao mesmo tempo que nunca se afogou.
tem palavras que só gavetas fechadas suportam. tem entrelinhas que só duas ou três pessoas são capazes de abso(l-r)ver.
não sei eu volto pra cá, mas garanto que estou andando em direção a mim mesma.
e quando se sabe a direção, a velocidade e o tempo são apenas detalhes.
não sei se alguém sente falta do que eu escrevo, mas nada é tão presente como uma ausência sentida.
é, só mede a altura da água com os dois pés ao mesmo tempo que nunca se afogou.
tem palavras que só gavetas fechadas suportam. tem entrelinhas que só duas ou três pessoas são capazes de abso(l-r)ver.
não sei eu volto pra cá, mas garanto que estou andando em direção a mim mesma.
e quando se sabe a direção, a velocidade e o tempo são apenas detalhes.
não sei se alguém sente falta do que eu escrevo, mas nada é tão presente como uma ausência sentida.
sábado, 3 de maio de 2008
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