eu tenho medo de mim mesma quando não posso nadar ou ecrever...
A minha cerca tem a altura de mais de 30 anos é feita de um material mais frágil que as minhas unhas quebradiças. Mas, a cadência dos movimentos circulares tão perfeitos de todos estes circuitos fechados que me rodeiam me tornam mais frágil que um fio de cabelo.
Não chegar a loucura é permitir que a loucura nos pegue no colo de vez em quando. É olhá-la dentro dos olhos e descobrir que também fizemos morada ali. É nos darmos uma trégua destes circuitos, destes padrões, é olhar pra frente olhando pra trás. É como cantou o Humberto Gessinger: Quando descobrimos as chaves que abrem esta prisão, descobrimos que quem duvida da vida tem culpa, mas quem evita a dúvida tem ainda mais.
Como sabiamente disse a Clarice: depois que descobri em mim mesma como é que se pensa, nunca mais pude acreditar no pensamento dos outros. Ou seja: nunca mais pude me permitir correr nestes circuitos fechados sem parar para refletir e oxigenar a vida com linhas de fuga. E estas, diferentes da cerca da louca não nos perseguem, mas precisam ser perseguidas por nós. E inventada e reinventadas por todos. Pois felizmente a consciência destes circuitos é um caminho sem volta, é um caminho que nos leva além... mas ele precisa ser construído para a gente se dar ao luxo de viver que é estar em construção - único sentido possível para isto que denominamos vida.
terça-feira, 12 de outubro de 2010
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