"pele muita clara que fica vermelha e nunca bronzeia", é assim que o protetor solar define a minha pele.
as camas de bronzeamento artificial eram a minha única chance de não reluzir de tão branca no verão.
a minha única chance de não precisar passar protetor solar (sem esquecer das orelhas e dos pés) para ir tomar um picolé na esquina.
minha única chance de não tomar um torraço e perder dias e dias de verão.
na cama de bronze eu sempre sabia a medida, já com o buraco da camada de ozônio o furo é bem mais embaixo.
mas, o que mais me incomoda é a proibição.
além de sempre ter alguém que sabe o que é melhor para mim, eu não tenho nem mais o direito de não querer este melhor.
(diga-se de passagem que eu sei que são poucas pessoas que realmente desejam o melhor para mim. é aquela coisa do encalhe de tamiflu e o governo se preocupar com a gripe do porco...)
sem falar que o melhor da ciência é mais efêmero do que um bronzeado. desde que eu nasci (e eu ainda nem pinto os cabelos) a carne de porco e os ovos de galinha já foram diversas vezes vilões e herois na nossa alimentação.
e o cigarro?
já foi comprovado que só faz mal e ninguém proíbe.
é, as fumageiras rendem aos cofres públicos.
o governo sempre define o que é melhor para mim de acordo com o que rende mais para ele (ou alguém protegido por ele).
e se eu morrer de câncer, a culpada maior não será apenas a cama de bronzeamento...
mas, o peso de cada ideal desacreditado.
a revolta dos meus impostos nunca sendo revertidos para suprir os meus direitos básicos.
o esforço que eu faço para pagar plano de saúde particular, seguro do carro particular, seguro da casa particular...
simplesmente porque eu sei que o melhor para mim é não mais acreditar que na estrada há aqueles que sabem o que é melhor para mim (estrada esta que nunca está em boas condições, apesar do IPVA e de tantos pedágios...).
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