andar de ônibus sempre é uma oportunidade de não chegar aos mesmos lugares.
da última vez em que eu andei na minha frente sentava uma senhora de idade com uma criança pequena.
lá pelas tantas o menino olhou pra ele e confidenciou:
- o meu pai disse que tu é pobre, nem tem carro.
(me deu um nó.)
ela passou o braço em volta dele e com muita ternura explicou:
sim, eu sou pobre de carro. mas sou rica de outras coisas. sou tão rica de amigos, olha só ...eu tenho você!
logo depois eu me vi fazendo qualquer coisa para ela me olhar, eu precisava olhá-la nos olhos.
ela me olhou e eu sorri pra ela. ela sorriu de volta com os seus tantos dentes faltando. eu quase pensei no quanto eram tristes aqueles dentes que lhe faltavam. mas depois de tudo aquilo eu não podia olhar uma pessoa pelo ângulo de suas pobrezas.
saí do ônibus achando ela a mulher mais rica e bonita do mundo.
sábado, 9 de fevereiro de 2008
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