eu tenho horror de telefone.
na maior parte das vezes eu não atendo.
e ligar eu só ligo pra minha mãe.
eu gosto de e-mail.
ninguém fala junto.
ninguém fica sem assunto.
ninguém faz o outro queimar a comida, sair correndo pelado do banho ou acordar assustado.
(aliás, eu não atendo porque tantas pessoas só usam o e-mail para mandar piadas e repassar mensagens de auto-ajuda. acho um descaso. não existe laço de solidão maior do que mails que só vêm com mesagens prontas.)
eu tinha uma colega tão craque no uso do telefone que às vezes acontecia dela atender ao marido no convencional e ao amante no celular ao mesmo tempo.
(quando ela contava estas coisas eu me sentia pré-histórica)
mas em sintonia de veradede mesmo eu me sinto quando os silêncios se compreendem. (e em desespero quando eles gritam).
eu não ligo.
eu não atendo.
mas eu não consigo parar de querer entender, mesmo sem atender.
domingo, 3 de fevereiro de 2008
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