quinta-feira, 25 de setembro de 2008

uma parte de uma entrevista da clarah averbuck

3.Você se considera uma autora maldita? Do tipo marginal? Porque bem ou mal, pelo que vejo o que vc faz, tem atitude, diria, punk.
acho uma bobagem esse negócio de maldito. atitude punk é uma coisa meio antiga também. eu só faço as coisas que eu acredito do jeito que eu acho que devem ser feitas, não acho que exista maldição e nem punkismo nenhum nisso. se pra isso precisar atrasar as contas todo mês, tudo bem.

*** por toda palavra ter a chance de ser maldita é que escrever pode ser uma salvação!

3b. O sucesso te seduz? Te interessa entrar no sistema?, Que porta você quer entrar no sistema? sabendo que para tudo tem um preço... ou bancar a vida indie vale mais a pena? Em outras palavras, jogar o jogo do sistema e quem sabe ter mais leitores, te parece uma bom caminho / boa opção?
me interessa ganhar na megasena. não me interessa ter mais leitores porque ninguém nunca entende nada - aqui no brasil todo mundo tem muita pressa de julgar e rotular tudo sem nem conhecer. eu quero ganhar dinheiro suficiente pra bancar a minha vida com coisas que não afetem a minha integridade. se não for do meu jeito eu não faço - meu jeito pode até ser negociável, mas se eu me sentir ferida, não vou fazer. uma coisa boa, por exemplo, foi ser selecionada no petrobras cultural e ganhar pra escrever um livro. isso sim é vida.

4. Você acha sua geração muito careta?
eu não acredito em geração. o mundo está segmentado demais para ainda ter essa divisão.

5. E os críticos? Quão compreendida você acha que é, ou não és?
alguns entendem, outros não entendem, outros não gostam mesmo, outros amam. crítico pra mim é só um cara com uma opinião. isso não me afeta.

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