a feira continua linda.
a praça.
o cheiro da pipoca.
as pessoas se aglomerando em volta dos saldos.
eu reafirmando o quanto livro é caro - ou eu pobre -.
os vendedores nas bancas sabendo indicar, sabendo o que estão vendendo.
uns escritores pra lá e pra cá.
(menos o verissimo que eu sempre procuro e nunca encontro)
sacolas de livros.
todo mundo olhando com as mãos.
crianças penduradas e senhores apoiados... nos balaios, nos livros, nas famílias.
títulos que eu já li, títulos que eu quero, poemas que eu sei de cor.
eu fico imaginando quem compra "segundas-feiras felizes" ou "vaginas".
eu fico imaginando a tristeza de um escritor ao se achar encalhado num saldo.
eu fico imaginando a emoção de alguém que autografa.
eu fico imaginando se eu ganhasse um cheque em branco para ir à feira.
eu sigo comprando os livros que já li, simplesmente porque quero a história perto de mim.
eu sigo comprando clarice lispetor.
comprando pela capa, pela ilustração, porque li uma entrevista do autor.
compro porque é uma biografia e isto me basta.
passo a mão pela capa, sinto os relevos ... e peno por não poder levar tudo que eu quero.
me supero e compro (sem saber) um livro que já tenho em casa.
trago um livro infantil caro e lindo pra casa.
pra mim.
que não tenho filho, afilhada e nem cachorro.
porque eu sou a minha menina e às vezes ainda me dou a mão.
sábado, 1 de novembro de 2008
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